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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Alto custo inviabiliza tratamento de dependentes

O tratamento de um dependente de drogas custa, no mínimo, R$ 40 por dia numa entidade que não tenha fins lucrativos e tenha uma boa proposta de trabalho. Um valor abaixo de R$ 1,2 mil por mês já coloca em dúvida a qualidade do tratamento, afirma Edmilson Borges, presidente do Comad Jundiaí (Conselho Municipal Antidrogas). O custo elevado é problema para muitas famílias e, por isso, cobra-se cada vez mais o poder público em relação a custeio e garantia de vagas para a população.

O projeto do Governo de combate ao crack, com abertura de 6 mil vagas no País, paga diária de R$ 113. Proposta de emenda à Lei Orgânica de Jundiaí (nº 92/2009) de autoria do vereador jundiaiense Durval Orlato (PT) requer que a Prefeitura forneça meios para internação, em período total ou parcial, de pessoas com dependência química. Seriam permitidos convênios com entidades.

A previsão é de que a emenda seja votada hoje, na sessão da Câmara Municipal, a partir das 9 horas, mas pode haver adiamento. Algumas entidades ligaram afirmando que seria bom debatermos mais o assunto, afirma Orlato. Jundiaí tem grupos de apoio, mas não locais para internação e às vezes o dependente precisa ficar de um a seis meses isolado, em tratamento. Jundiaí compra poucas vagas e em cidades distantes, acrescenta o vereador.

Várias vezes me deparei com famílias de dependentes, que falaram sobre essa necessidade. Os pobres não têm condição de pagar. Jundiaí tem um bom orçamento e, pelo seu porte, precisa ter uma clínica pública própria ou fazer convênios, defende. Edmilson Borges aprova a iniciativa. Há cidades que oferecem as vagas e, em Jundiaí, ocorre o contrário: é preciso ter demanda para que se busquem as vagas. A cidade precisaria oferecer de 30 a 40 vagas por mês. Certamente, elas seriam preenchidas.

De acordo com a assessoria da Prefeitura, os dependentes que passam por Unidades Básicas de Saúde são encaminhados ao Cead (Centro Especializado no Tratamento de Dependência de Álcool e Drogas), conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece atendimento ambulatorial. A Prefeitura também oferece atendimento da Secretaria de Assistência Social por meio de convênio com instituições privadas, para onde são encaminhados casos provenientes de programas sociais.

PATRÍCIA BAPTISTA


Um comentário:

  1. Esta é uma realidade cada vez mais latente em todos os municípios e não apenas das grandes metrópoles, se não fizermos a nossa parte atuando na prevenção, a intervenção e o tratamento tem se tornado cada vez mais onerosos e inviáveis.

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